Hawayo Takata (1900-1980)
No ano de 1900, na ilha havaiana de Kawai, arquipélago anexado em 1898 ao território dos Estados Unidos, um casal de imigrantes japoneses decidiu homenagear a nova terra, que o havia recebido, colocando em sua filha recém-nascida o nome Hawayo.
Filha de pais camponeses, ambos trabalhadores incansáveis, Hawayo não foi favorecida com uma estrutura física tão forte como a de seus pais. A criança contava com entusiasmo e grande força de vontade, porém, ainda assim, somente conseguia cumprir com sua tarefa diária. Era pequena e débil de modo que, ao terminar aquele verão de trabalho no campo, Hawayo, olhando suas frágeis mãos, pediu a Deus que lhe permitisse fazer algum outro trabalho com aquelas mãoszinhas tão pouco adequadas aos trabalhos agrários.
Seus pais, ao se inteirarem das dificuldades, conseguiram que o sacerdote, que dirigia a escola religiosa do povoado, a admitisse ali para estudar. Em troca, ensinaria aos alunos do primeiro grau e executaria algumas tarefas menores na escola onde, devido à distância de sua casa, deveria viver daí em diante.
No ano de 1914 ainda no albergue começou a trabalhar como vendedora em um negócio de Lihue e durante os fins de semana, trabalhou num restaurante na mesma localidade. Isto permitiu ter maiores ganhos e continuar seus estudos, aos quais acrescentou aulas diárias de japonês.
Ofereceram-lhe um trabalho em uma residência familiar, com consentimento de seus pais deixou a escola, e ali permaneceu por vinte anos chegando a governanta da casa. Hawayo se casou com Saichi Takata, que era contador da residência, e deste casamento nasceram duas filhas. Em 1930 Hawayo enviuvou ficando as duas filhas pequenas a seu encargo. Trabalhou muito durante os anos seguintes, no intento de atender as suas filhas e lhes dar uma vida e uma educação dignas. Neste período morre uma de suas irmãs, agora encontrando-se sozinha no Hawaí, já que seus pais tinha viajado para sua terra natal o Japão.
Em 1935, decidiu viajar ao Japão, acompanhada de suas duas filhas e de sua cunhada, levando as cinzas de seu marido, com o propósito de fazer um ritual no templo budista de Obtani. Tendo feito isso, como sofria de problemas respiratórios e fortes dores abdominais que a impediam de caminhar erguida, internou-se, por insistência de seus familiares, na clínica particular do Dr. Maeda para fazer exames e submeter-se às operações que os médicos recomendassem. Hawayo Takata tinha um tumor, cálculos biliares e, aparentemente, uma inflamação aguda no apêndice.
Pronta já para a internação, enquanto na sala de operações se manipulava o material cirúrgico, Takata ouviu uma voz que lhe disse que as operações não seriam necessárias. Surpresa, abriu os olhos e observou.
Ao perceber que ninguém lhe havia falado, decidiu confiar naquela voz e se negou a ser operada insistindo que deveria haver outra solução para seus problemas. A irmã do Dr. Maeda, nutricionista, facilitou-lhe a internação na clínica de Reiki dirigida pelo Dr. Chujiro Hayashi. Removida para Tóquio, começou a receber, dos assistentes do Dr. Hayashi, duas sessões por dia durante o trancurso de dois meses.
As dores começaram a diminuir paulatinamente e ela se sentiu bem disposta e com saúde. Eliminou os cálculos biliares e, aos seis meses, estava restabelecida, com uma grande curiosidade de saber, com exatidão, em que consistia aquela técnica extraordinária.
Determinada a conhecer mais, falou com o próprio Dr Hayashi, e lhe disse que queria aprender a técnica e lavá-la ao Ocidente. Relutante em passar os conhecimentos de Reiki a uma mulher educada no Ocidente, a quem apenas conhecia, Hayashi, após meditar muito e recorrendo à sua grande abertura às novas ideias, aceitou iniciá-la no primeiro grau.
A Sra. Takata permaneceu na clínica trabalhando com os conhecimentos do primeiro nível e, em pouco tempo, ascendeu ao segundo nível. Em 1937, Hawayo Takata voltou a sua terra natal, com a experiência obtida em quase dois anos de intensos trabalhos na aplicação da técnica.
Algum tempo depois, Hayashi e sua filha visitaram o Havaí e, trabalharam para restabelecer o Reiki em Honollu. Em 1938, durante a reunião de despedida por seu regresso ao Japão, Hayashi anuncia, publicamente, que Takata era já uma Mestra e a autorizava a transmitir a técnica.
Em dezembro do mesmo ano, visitou Kamuela, a maior ilha do Havaí, e ali pôs a prova a utilização da sua técnica, com dois enfermos que deveriam ser operados num prazo de poucos meses. Takata tratou-os com Reiki e, em um lapso medianamente curtos, os enfermos que deveriam se recuperaram e as cirurgias previstas foram canceladas. Daqui em diante Takata iniciou numerosos alunos no primeiro nível de Reiki.
Em 1939, já contava com uma grande casa onde, além de instalar toda sua família, podia dispor de espaço para fazer seus tratamentos. Em 1940, por causa de um sonho onde viu o Mestre Hayashi vestido de quimono de seda branca, viaja ao Japão. Hayashi, surpreendeu-se ao vê-la, disse-lhe: “contudo não a esperava” e a enviou a Kioto para estudar hidroterapia.
Em 1941, Takata recebeu a notícia de que Hayashi encontrava-se na cidade de Atami, prestes a realizar sua transição. Em companhia da família Hayashi, lhes disse que sua transição ocorreria ao redor de uma ou uma e vinte da tarde daquele mesmo dia. Naquele momento, nomeou Hawayo Takata como sua continuadora e Grã-Mestra.
À uma da tarde, o Dr. Chujiro Hayashi entrou na sala onde estavam todos reunidos, vestia o mesmo quimono que ela vira no sonho, anunciou a todos, então, a ruptura de uma artéria; algum tempo após, sua transição, a Grande Viagem, aconteceu tal como anunciara.
Hawayo Takata, nomeada sucessora do Mestre e herdeira da clínica de Hayashi em Tóquio, permaneceu ali por um tempo e, finalmente regressa ao Havaí com sua família. Durante trinta anos, Hawayo Takata permaneceu em Honolulu transmitindo seus conhecimentos e , em 1973, levou seus ensinamentos de Reiki ao estado de Washington, difundindo-os, mais tarde, em outros estados.
Foi nesta etapa de intensa atividade que a Grã-Mestra, decidiu treinar alguns de seus alunos com o propsito´de substituí-la. Em 1973 e 1980, pouco antes de entrar em estado de transição, fundou a Associação America Internacional de Reiki (AIRA), e deixou 22 Mestres com iguais responsabilidades.
Reiki para todos – Roberto King – Ed. Nova Era
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